quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Doentes de Alzheimer ajudados por um colar

Programa Rumo Seguro inventou sistema que permite localizar e identificar doentes perdidos

"Em Portugal haverá cerca de 70 mil pessoas a sofrer de Alzheimer. A doença cujo sintoma primário é a perda de memória leva a que a maioria dos doentes se perca. O novo projecto Rumo Seguro ajuda a localizá-los e a identificá-los.
O programa, de âmbito nacional, foi lançado em Dezembro do ano passado e tem como objectivo "permitir à pessoa portadora da doença um reencaminhamento rápido e seguro para a sua família, diminuindo a preocupação dos cuidadores", explica ao JN Mariana Nunes de Almeida, uma das responsáveis pelo projecto.
"A experiência diz-nos que todas as semanas as pessoas que sofrem deste tipo de demência perdem-se, pelo menos, uma vez. Às vezes, durante vários dias e para parte incerta", sublinha. A Alzheimer's Association confirma que 60% deste tipo de doentes tende a ausentar-se repentinamente de casa e a deambular sem rumo certo. Esse comportamento deriva de uma actividade motora inconsciente que leva os doentes a afastarem-se do seu ambiente seguro, colocando muitas vezes a sua própria vida em risco.
Mariana Nunes de Almeida recorda o caso, que se tornou mediático, de "um senhor de 79 anos que andou perdido durante três dias. Entrou no comboio e acabou por aparecer em Lisboa. Era do Porto e não sabia onde estava". Apesar disto, nota, a lei portuguesa proíbe o uso de GPS, sistema de posicionamento geográfico, habitualmente utilizado pelos condutores. Pelo que foi necessário contornar a lei e inventar um processo de efeito semelhante ao GPS.
O Rumo Seguro é um programa desenvolvido, em parceria, entre a Alzheimer Portugal, Associação Portuguesa de Familiares e Amigos de Doentes de Alzheimer, e a empresa de Consultoria especializada na Indústria Farmacêutica, AMAZE. E tem por base a substituição do comum GPS por uma pulseira ou um colar que os doentes deverão transportar com eles. Esse objectos têm um código "complexo e exclusivo" atribuído no momento de inscrição no programa [ver ficha], que permite encontrá-los, identificá-los - o que, actualmente, não é fácil, porque muitas vezes eles não sabem dizer quem são - e posteriormente devolvê-los à família.
Sensibilizar a população
Os cuidadores do doente têm também um papel importante neste processo de resgate. Cabe-lhes reportar à AMAZE o desaparecimento através do número verde (808 10 12 12), indicando o código individual do doente, a data e a hora do desaparecimento.
Apesar das parcerias com as forças de autoridade segurança - GNR, PSP, INEM - o programa não poderá vingar "se a população não estiver sensibilizada para o problema", alerta a responsável. "Se alguém encontrar uma pessoa que apresente sinais visíveis de desorientação, deve logo acompanhá-la até ao quartel ou esquadra mais próximos. Em alternativa, deverá procurar o número inscrito no colar ou pulseira do indivíduo, contactar as autoridades e esperar a sua chegada", explica.
No entanto, o código só será aceite se for enviado via e-mail institucional da força de segurança em causa. Uma vez confirmado e certificado o código, o cuidador é informado do paradeiro do seu doente e combina o resgate.
Mariana Almeida recorda que "a doença não escolhe classes sociais" e que "com o aumento de esperança média de vida e consequente envelhecimento da população, existe grande probabilidade de o número de portadores vir a aumentar. Amanhã, podemos ser nós a precisar", sublinha."

Helena Teixeira da Silva
In site
Jornal de Notícias

2 comentários:

msg disse...

Muito bom dia,Maria Lua

Olhe,Maria Lua,o ver as suas belas imagens dispensou-me de ir ver as
Máscaras da Ásia.Muitíssimo obrigado,pois,e duplamente.
O que ali vai,Maria Lua,o que ali vai.O estar sem recuos das gentes. Daqui a muitos anos,já é optimismo,algures por ai,haverá uma outra Maria Lua que registará outras máscaras de um certo tempo.
"Surripiei" três imagens suas que vou pespegar no "algures". Não se vai importar certamente. Uma delas diz respeito a um país que é um dos maiores exportadores de arroz,senão o maior,com um rei que é um dos mais ricos de todos os reis,senão o maior,segundo uma revista que se ocupa a bisbilhotar os bolsos dos ricos,que dos pobrezinhos não vale a pena.
Bem Maria Lua,foi para lhe agradecer as suas ricas imagens que estou aqui,e também para lhe desejar muito boa saúde para poder dar conta dos seus muitos trabalhos.

Maria Lua disse...

Boa noite MSG,

uma exposição impressionante! Mas existem mais máscaras do que as que coloquei no blogue. Por isso, vale a pena visitar o museu, se tiver possibilidade (existem outras exposições que poderá ver também e já estão incluidas no bilhete de entrada).
Ainda bem que gostou e fez uso das fotografias.
Obrigado e até amanhã.
:-)