terça-feira, 3 de março de 2009

ICN anuncia morte com chumbos de caçadeira
Abatido macho do casal de águia-imperial que nidificou em 2008

"O macho do único casal de águia-imperial que nidificou em Portugal no ano passado foi morto por chumbos de caçadeira, anunciou hoje o Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB), que vai apresentar uma queixa-crime ao Ministério Público.
"O animal foi encontrado morto junto ao seu ninho na passada semana, na área do Vale do Guadiana, numa zona abrangida por uma zona de caça associativa", refere em comunicado o ICNB.
A necrópsia revelou que a ave foi atingida por chumbos de caçadeira, adianta o Instituto, estimando que a morte tenha ocorrido entre os dias 21 e 23 de Fevereiro.
De acordo com o ICNB, este era o macho do único casal desta espécie protegida que nidificou com sucesso em 2008 em Portugal.
A cria já tinha abandonado o ninho, refere o instituto, sublinhando que o abate desta águia configura "uma contra-ordenação ambiental muito grave, em conformidade com o Regime Jurídico da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (Decreto-Lei n 142/2008, de 24 de Julho)".
O ICNB já informou o Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR sobre esta ocorrência e anunciou que vai apresentar uma queixa-crime ao Ministério Público contra "incertos".
A águia-imperial (aquila adalberti) é uma das aves de rapina mais ameaçadas do mundo, tendo o seu estatuto sido classificado como "Em Perigo de Extinção".
A nível europeu a espécie está considerada como "Globalmente Ameaçada".
Em Portugal o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal classifica-a como "Criticamente em Perigo ".
Trata-se de uma espécie prioritária para a conservação da natureza, no âmbito da legislação europeia (Decreto-Lei n49/2005, de 24 de Fevereiro, relativo à conservação das aves selvagens - Directiva aves - e à preservação dos habitats naturais e da fauna e da flora selvagens - Directiva habitats).
Em Portugal, estima-se que existam menos de 10 aves desta espécie, confirmando-se a sua presença no troço superior do rio Tejo e respectivos afluentes, na bacia do rio Guadiana, nomeadamente nas Zonas de Protecção Especial (ZPE) de Moura/Mourão/Barrancos, Vale do Guadiana e Castro Verde."

Lusa
In site SIC

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