quarta-feira, 21 de julho de 2010

Petição para a Institucionalização do Dia Nacional do Transplante
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A História da Transplantação em Portugal conta já com três décadas de actividade contínua, desde que os primeiros transplantes com rim de cadáver, em Lisboa e Coimbra, em 1980, abriram caminho a uma actividade contínua e sistematizada. Já em 1969, Linhares Furtado tinha tido sucesso na realização de um transplante renal, num acto que não teve continuidade, talvez por incompreensão duma sociedade pouco preparada para a modernidade e ousadia daquele visionário.
Nestes 30 anos, a transplantação em Portugal teve um trajecto notável. Ao rim sucederam-se outros órgãos: fígado, coração, pâncreas, intestino, pulmão, córnea, medula, osso. O número de transplantes efectuados teve um crescimento significativo, com crescente maturidade técnica e resultados clínicos que colocam Portugal na vanguarda da transplantação mundial. Um sucesso que se deve a diversos factores: desde logo a ousadia, capacidade de liderança e organização dos responsáveis pelas diversas Unidades de Transplantação, com o apoio da tutela e administrações das instituições em que se inserem, ou, quando necessário, vencendo as contrariedades e incompreensões; o trabalho incansável dos muitos profissionais de saúde, matéria-prima de valor incalculável; uma legislação favorável, que permite a Portugal ser um exemplo a seguir na colheita em cadáver – com destaque para a extraordinária organização implementada na coordenação da colheita de órgãos, nos últimos anos.
Mas ainda há muito a fazer: as condições de trabalho em algumas unidades de transplantação podem, e devem, ser melhoradas; é preciso captar para a transplantação jovens profissionais incentivando-os com melhores condições de trabalho, estabilidade e carreira atractiva; as barreiras éticas em algumas áreas devem ser melhor definidas e discutidas pelos profissionais envolvidos; as tomadas de decisão e legislação devem ser efectuadas com clara auscultação dos profissionais; deve ser feito um esforço de organização da colheita de dados para monitorização efectiva da qualidade clínica da transplantação em Portugal e, nesse ponto, os registos da Sociedade Portuguesa de Transplantação deverão ser olhados como uma fonte de informação fundamental.
Considerando que se torna fundamental dar maior visibilidade à actividade da transplantação em Portugal, de forma a permitir uma melhor compreensão da doação de órgãos em vida e no cadáver, a Sociedade Portuguesa de Transplantação e os abaixo assinados, propõem a criação de um Dia Nacional do Transplante. Este será um passo importante para dar a conhecer esta actividade, que dá vida e qualidade de vida a tantos doentes em Portugal.

Fernando Macário
Presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação

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