segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Baixa fecundidade preocupa: Mulheres portuguesas têm 1,3 filhos em média

Longe vão os tempos em que era habitual uma mulher parir sete e oito filhos ou até mais. Um relatório divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA) revelou que Portugal tem a segunda taxa de fecundidade mais baixa do mundo, um resultado que poderia ser invertido caso se investisse mais na procriação medicamente assistida em Portugal, defende a Associação Portuguesa de Fertilidade (APF).
O Relatório sobre a Situação da População Mundial em 2011, realizado pelo Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA), revelou que cada mulher portuguesa tem apenas 1,3 filhos, ficando este número muito abaixo do necessário para renovar a população.
Estes dados levam a que Portugal seja o país que tenha a segunda taxa de fecundidade mais baixa do mundo. Sendo a infertilidade uma doença que impede que cerca de 300.000 casais portugueses em idade fértil sejam pais, um maior investimento na área da procriação medicamente assistida «poderá ser uma solução para inverter a situação negativa da fecundidade em Portugal», considera a APF.
Para a associação, os números não podiam ser mais claros. Em 2010, nasceram cerca de 100.000 bebés em Portugal, tendo cerca de 1.000 nascido na sequência de tratamentos de procriação medicamente assistida, correspondendo a 1% do total de nascimentos.
Também neste capítulo, Portugal encontra-se numa condição pouco animadora quando comparado com outros países europeus onde, na sua maioria, a média de crianças nascidas por tratamentos de PMA ronda os 3%. «Desta forma, se Portugal estivesse equiparado a esses países, nasceriam mais 2.000 do que aqueles que nascem actualmente», considera a APF.
Para Cláudia Vieira, presidente da associação, a situação é preocupante. «Portugal já apresenta uma taxa de nascimentos na sequência de tratamentos de procriação medicamente assistida bastante abaixo da média europeia e os dados que temos da indústria farmacêutica e dos próprios centros de reprodução assistida indicam-nos que, este ano, os números ainda serão inferiores», lamenta.
«Por isso pensamos que é fundamental continuar a investir nesta área, pois neste momento já não está apenas em causa a resposta a cerca de 300.000 casais portugueses com o desejo de serem pais, mas também a própria renovação de gerações», acrescenta ainda a dirigente associativa.

in Sapo Família

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