quarta-feira, 20 de março de 2013

A História da Primavera

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Nestes dias em que se celebra o Equinócio da Primavera faz todo o sentido lembrar a história da primeira Primavera.
E esta história passa-se numa época em que os campos estavam inundados de flores todos os dias do ano e os homens desfrutavam de um tempo sem tempo, onde a natureza tudo lhes dava. Não havia, por isso, estações do ano e os dias eram todos agradáveis como convinha à condição divina.
A responsável por este feliz estado de coisas era Ceres, uma das esposas de Júpiter, filha de Crono e Reia e Senhora das colheitas, da terra cultivada e das estações do ano. Mas, até para os Deuses, nem sempre tudo corre de feição...
Um dia, a sua filha, Proserpina, que brincava num campo cheio de belas e cheirosas flores, foi avistada por Plutão que, desde logo, se apaixonou pela sua beleza e, com um acordo secreto com Júpiter, se apressou a carregá-la no seu carro levando-a consigo para o seu reino. Desesperada, na sua dor de mãe, Ceres recusou-se a continuar a alimentar os campos e partiu em busca da sua amada filha. Entregues a esse abandono, os campos foram secando e nada voltou a crescer.
Vendo os homens padecer de fome, Júpiter resolveu interceder junto do poderoso Plutão e ajudar Ceres a resgatar a bela refém. Acontece que Proserpina já tinha comido alguns grãos de uma certa romã e já não era possível voltar à sua condição anterior, pois mantinha-se ligada a Plutão... Procuraram assim uma solução de consenso, a solução possível. Ela passaria 6 meses com a sua mãe na superfície e os restantes meses com o seu senhor no mundo das trevas.
Mesmo não conseguindo resgatar inteiramente a sua filha, numa demonstração de alegria, Ceres voltou a cobrir a terra de flores. Como então, nesta época que vivemos celebramos esse momento de alegria em que a terra, paralisada pelo frio, renasce e floresce.
Nesta época lembramos que os ciclos se sucedem, que após a dor e a paralisia vem de novo a vida numa manifestação cheia de aromas e texturas que inunda os nossos sentidos. Na nossa vida quantas dores nos fazem gelar os campos e paralisar? Lembremos assim que está na nossas mãos fazer como Ceres e não desistir de procurar o alívio da nossa dor.
E porque não fazer como Ceres que, mesmo perante uma vitória curta ou incompleta, dado que só podia abraçar a sua amada filha 6 meses em cada ano, usou o seu poder para a receber em alegria?... Desta forma, nós, pobres e comuns mortais, podemos todos os anos, ao menos nesta época, celebrar a vitória da vida que explode e vence as trevas.

in Sapo Mulher

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